Capítulo 7
Povo movido pela fé

Povo movido pela Fé No início de 2023, começou a ser construído o novo ginásio de esportes de Novo Lino. Quando a retroescavadeira tirou o primeiro pedaço de terra do chão, veio entre os entulhos uma imagem intacta de Nossa Senhora de Fátima. A notícia logo se espalhou pelo município e regiões vizinhas. A comoção causada foi tanta que muitos acham que o que aconteceu foi um milagre. Ao ponto de a prefeitura decidir batizar o nome do local de Ginásio de Esportes Nossa Senhora de Fátima. Mas essa fé do povo novo-linense não vem de agora, independentemente da religião. Assim que recebeu as terras do Sítio Lino do Imperador Dom Pedro II, o alferes Manoel Baraúna, como devoto de São José, resolveu construir uma capela que recebeu o mesmo nome do santo, onde hoje fica o cemitério do município. A primeira missa no local aconteceu em 1900. Com o crescimento do povoado e a posterior emancipação, o padre Jorge Polman, de descendência holandesa e representante da Igreja Católica no local, liderou um movimento para que fosse construída uma igreja maior no município. O local escolhido foi no centro às margens da então BR-101. Em março de 1966, com o apoio de católicos de Novo Lino e até da Holanda e da Arquidiocese de Maceió, começaram as obras. Mas somente em 1º de janeiro de 1996, ou seja, 30 anos depois, a Matriz de São José foi desmembrada de Colônia Leopoldina e, a partir de então, foi elevada à paróquia. Ainda há no município mais duas capelas, a de São João, localizada na Fazenda Souza, e a de Nossa Senhora de Fátima, no bairro do Amapá. Esta última, inclusive, por sua beleza e simplicidade, é muito requisitada atualmente para casamentos. Na parte mais alta da cidade, foi inaugurado em 2022 o Mirante da Fé, espaço onde fica uma imagem de Jesus Cristo de braços abertos como se estivesse abençoando e protegendo o povo de Novo Lino. Um pouco mais abaixo, mas bem perto dali, fica o santuário do Padre Cícero, que recebe romeiros de várias regiões todos os anos, sempre para celebrar a data da morte do religioso (20/07). Essa estátua de Padre Cícero chegou a Novo Lino em 1973, depois que o então candidato a prefeito Paulo Siqueira Cavalcanti fez uma promessa, durante a campanha eleitoral de 1972, de que, caso vencesse nas urnas, construiria um santuário em homenagem ao “Padim”. Eleição ganha, promessa cumprida. Mas não só do catolicismo vive Novo Lino. Segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, há no município 8.256 católicos; 3.148 evangélicos de todas as igrejas de nomenclaturas diferentes; 316 pessoas espíritas ou ligadas a religiões de matriz africana; e 1.709 ateus ou que não têm religião alguma. No caso das igrejas evangélicas, a precursora em Novo Lino foi a Assembleia de Deus, que chegou ao município em 1968, mas como congregação de Colônia Leopoldina. Por conta do desenvolvimento de Novo Lino, a administração da igreja resolveu fazer o desmembramento e a criação do CNPJ próprio para a sede novo-linense. Depois, outras igrejas chegaram, como a do Evangelho Pleno, Batista, Assembleia de Deus da Madureira, Cristão do Brasil, Compaixão de Vida e Adventista. Existe até uma lei municipal de 1997 que define o 10 de abril como o Dia do Evangélico. Apesar disso tudo, o que fica bem claro é que, em Novo Lino, há espaço para todo mundo, independentemente de crença ou religião.
